Tuesday, October 31, 2006

High society

A idéia é no mínimo inusitada e engraçada...mas sabe que faz sentido...

A maconha como solução para o Oriente Médio

Terça, 31 de outubro de 2006, 07h57
Wálter Maierovitch, do IBGF

Depois dos encontros "Pic-nic com Maconha", ocorrido em TelAviv, e "Paz e Drogas no Oriente Médio", em Jerusalém, aconteceu na última semana o "Joint Árabe-israelense", no famoso campus Beit Mayersdorf da Universidade de Jerusalém (Monte Scopus). O assunto: a questão da paz e as políticas de drogas para o Oriente Médio. A conclusão: a maconha e o haxixe seriam bons instrumentos para a construção da paz.
O evento foi organizado pelo partido político Ale-Yarok (Folha Verde), liderado por Boaz Wechtel. Além de estudantes, estavam presentes ativistas pela paz árabes e israelenses.
Para os organizadores e alguns ativistas, "na busca da paz na região, a maconha e o haxixe (hashish na língua hebraica - o haxixe é a resina extraída da folha e inflorescências da cannabis fêmea) têm papel fundamental, uma vez que aliviam tensões. As principais conclusões do encontro são as seguintes:
1- A maconha e o haxixe tornam as pessoas menos agressivas e dialogam com os espírito desarmado;
2- A legalização representaria um duro golpe contra o terrorismo, pois o tráfico de haxixe representa fonte de financiamento do Hezbolá.
3- A legalização do plantio de maconha ajudaria os agricultores da região que vêm experimentando prejuízos há anos.

Walter Fanganiello Maierovitch é colunista da revista Carta Capital e presidente do Instituto Giovanni Falcone (www.ibgf.org.br).
Terra Magazine

O Centésimo Post


Acaso nenhum dos meus colegas de blog esteja escrevendo neste exato momento, este será o centésimo post do nosso bloguinho querido. Eu imaginava que não chegaríamos tão rápido a essa marca. De minha parte, tenho escrito em condições precárias: janelas minimizadas, ambiente pouco acolhedor e interrupções abruptas - se é que me entendem - vem comprometendo não só a minha produtividade como também a qualidade do que tenho postado. A Deni e o Hugh, porém, têm sabido manter a peteca no ar, mostrando criatividade e humor refinado. Os momentos mais alegres das minhas manhãs vem sendo aqueles em que um dos dois invade a minha tela para me avisar: tá no ar! Eu paro o que estiver fazendo pra ver o que os dois andaram bolando. A Amendokrem foi uma revelação. Demorou pra escrever o primeiro post, sofreu quase como se tivesse uma unha encravada, mas, quando o fez, foi tão autêntica, que acabou criando uma outra face pro blog. Seus posts coloridos, sucesso de público e crítica, mostram que também temos um coração terno. Pra mim, aliás, o grande barato dessa brincadeira tem sido exatamente este: de personagem de novela a crítico de arte, aqui todos nós podemos ser qualquer coisa que desejarmos. Estamos todos em casa.

Sunday, October 29, 2006

Um post cabeludo....ou nem tanto....



PÊLO amor de Deus!!! Que aPELAÇÃO!!!
Trocadilhos à parte...esses comerciais estão geniais!!!

Saturday, October 28, 2006

"There´s beauty in the patterns of life"



Acordei meditabunda, ou melhor ando meditabunda, ou talvez mesmo este seja o meu estado natural nos últimos tempos. Mesmo falando uma pá de bobagens por dia eu me sinto num estado permanente de contemplação. Uma necessidade estranha de ouvir os sons da natureza, o silêncio, sentir o vento, o calor do sol, olhar o céu estrelado ou mesmo nublado à noite. Uma vontade de me sentir parte de algo, de um relacionamento, de uma mudança, de uma coisa boa, de um amor, de um projeto ou simplesmente do mundo. E de alguma forma acho que esse meu desejo de comunhão com os outros está sendo atendido. Estranho que eu me sinta tão só às vezes neste processo, mas eu acho que isso faz parte, talvez esteja faltando fazer a última e derradeira comunhão comigo, me religar à mim mesma.
O mais emocionante de tudo isso é a percepção de que cada pessoa que aparece ou re-aparece na minha vida está no meio de uma busca também e nesse processo aprendemos mais alguma coisa, e damos um passo à frente. Lingüiçinhas? Talvez. É preciso não desprender os elos, esticar a corda, mas não se desprender, os vínculos não são correntes, são a malha que nos apara quando estamos em queda, que nos conforta, descansa, acaricia e faz recobrar o fôlego para seguir na busca.
Ontem à noite conversando com a Karen e olhando para o pessoal na mesa do bar; lembrando do presente que ela e o Luciano me deram no meu aniversário, não o CD (que é ótimo, diga-se de passagem) mas o carinho e aquela poesia do Vinícius (que eu nunca vou esquecer); olhando para o Severo (lembrando da poesia do Mário Quintana que ele recitou no último churrasco); lendo os textos da Vanessa (lindos, amiga!!!); pensando na minha irmã; na oportunidade que eu estou tendo de conviver com os meus pais; pensando naquela tarde com o Conrad no parque em Buenos Aires; no Pedro (meu irmãozinho de coração!); no olhar de ternura do Sam; naqueles almoços em família e na dança dos pais dele com a Martha, o Des e as crianças; pensando naquela noite há anos atrás em que eu e o Marcus choramos juntos assistindo um filme; nas minhas conversas intermináveis com o Robbie; pensando na minha tia Inês; no abraço na Vivi quando a gente fez as pazes; nas coisas que o Victor me disse no telefone naquela tarde (quando eu liguei chorando e pedindo colo); no olhar meigo dos meus cãezinhos; olhando as pinturas que a vizinha veio mostrar pra nós hoje de manhã...e pensando em tantos outros momentos da minha vida eu cheguei à conclusão de que a vida da gente é uma colcha de retalhos, pequenos fragmentos de poesias, de amor, de beleza e que fazem um desenho único que é cada um de nós. E que a gente não seria nada se não fossem esses fiozinhos que nos ligam a cada pessoa.
Obrigada pelo espaço, pela paciência e pelo laços que nos unem.
Um beijo no coração de cada um de vocês!
Deni (meditabunda e chorona)

Friday, October 27, 2006

Quem matou Sony???

No intuito de solucionar o brutal assassinato de Sony, abrimos este espaço no blog para investigar o crime, levantar suspeitos e tentar, desesperadamente, colocar um fim ao que, certamente, poderá se tornar a maior carnificina da história da internet!
Suspeito n° 1
Kelloggs - o mais perigoso e conhecido Cereal-Killer do mundo. Veja como ele segura a colher. Sendo um tigre tão bem nutrido com cereais açucarados e crocantes, certamente teria a força necessária para num só golpe decepar a cabeça de Sony. A motivação? Bem, australianos comem cereais no café-da-manhã e Kellogs é um cereal-killer...
Suspeito n° 2:
Ghostface - O cara já matou todo mundo em O Grito 1, 2, 3... porque não matar mais um? E até que são bem parecidos, não são?
Suspeito n° 3:
Jason - A máscara é igual, o cara adorava cortar uma cabeça...só o modelito S&M é que num tá fechando...


Suspeito n° 4:

Hugh - Nãaaaa....capaz que nosso querido colega de redação seria capaz de praticar tamanho desatino! Tá bem que ele é malvadinho, mas assassino já é demais!!!

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Sexy in The City das Lingüiças Assassinas!!!

Esse blog anda muito bonzinho.

Como todos sabem, o que dá ibope mesmo, o que todo mundo quer ver, é sangue, sexo e baixaria. Pois bem, nosso canal de comunicação, orientando-se pelas últimas pesquisas Datafolha, que apuraram as preferências do público, decidiu criar uma versão hardcore dos mais preferidos seriados, que será exibida após a meia-noite (em algum lugar do mundo, agora, é meia-noite), trazendo cenas mais picantes e violentas. Assim, juntamos todos e criamos o seriado:

Sexy in The City das Linguiças Assassinas!!!

Episódio I (o roteiro é rápido, pois vai direto ao que interessa)

O que os ingênuos que assistem à versão light não sabem é que, quando Sony despediu-se da romântica Daisy, voltou logo para a Austrália, abalado pela experiência marcante que foi conhecer tão impactante linguiça.

Retornando ao seu lar, Sony decidiu ir dormir pois estava exausto, esgotado, triturado, consumido pela personalidade magnética de Daisy. O australiano, mal tinha feito suas orações diárias à idolatrada Rainha da Inglaterra, colocado a parte de cima de seu pijama e pego seu ursinho de pelúcia favorito, para tirar uma nonoca dotosa na caminha da mamãe, quando surgiu um estranho mascarado, empunhando uma serra elétrica e um Rifle R69 do Exército Israelense.

Sony nem viu quando foi barbaramente decepado.

Com sua cabeça ainda voando pelo ar, só teve tempo de proferir as seguintes palavras e a resposta a seguir:

- Nããããooo!!! Por queeeeee???

- Huahuahua! Não tem “porquê”! Nós, salaminhos desgarrados, odiamos todos vocês, humanos!!! Isso é por todos os anos que eu e minha raça fomos fatiados com facas de cozinha no café da manhã! Seu burguês imperialista lambedor das botas da Rainha!

Quem será esse terrível mascarado??? O que ele quer??? Por que a polícia, ao chegar no local, não conseguiu encontrar o ursinho de Sony??? Onde está o PCS??? Essas respostas e outros surpreendentes eventos serão respondidos no próximo episódio, quando eu tiver saco e tempo de escrever.

Thursday, October 26, 2006

O dia de aniversário que começou errado. Ainda bem!

Hoje é meu aniversário, e eu me sinto bem maior, bem maior do que eu era antes.... hihihihihihi. Pessoas, hoje começou mal meu aniversário, ainda bem. Vou explicar. Meu almoço com meus pais furou. Adivinhem? É "obóvio", minha irmã ligou para minha mãe dizendo que sua empregada não tinha se apresentado ao posto de trabalho, logo teria que mandar minha sobrinha para lá, e esta, por sua vez, deveria estar na escola às 13h30min, ou seja, impossível sair da famigerada Vila, chegar no Moinhos de Vento e almoçar decentemente. Entonce, como sempre acontecera na infância, me pediram para "entender", confesso que até chorei, coitados, ficaram se sentindo culpados, mas...Até umas 15h estava com um nó no peito, qui pitiquipiriu viu! Liguei para o meu consorte pra me lamentar e ele me consolou, mas não perdeu a oportunidade de dize-me algo que definitivamente me fez despertar, pediu que eu aproveitasse o fato de estar com meus pais vivos, ter amigos e o amor dele, porque hoje teve que dizer a um paciente de 10 aos de idade que sua mãe morreu, pitiquipiriu di novo! Não preciso nem dizer que este foi o melhor presente de aniversário que eu podia ter ganho...Agora, me sinto ótima, tá tudo colorido. Sabem por quê? Tenho muito amor no coração, e o melhor, ainda bem que me resta um pouco de LUCIDEZ!

Sex in the City - Gay Harbour Edition

Nos primeiros episódios, de volta ao país natal, Daisy havia decidido inscrever-se num curso avançado de javanês. Já nos primeiros dias de aula, seu talento natural para as línguas fez com ela se sobressaísse na turma. Além de conquistar a sincera admiração do professor, Daisy acabou chamando a atenção de um de seus colegas. Cock, rapaz de aparência taciturna, demorou a se aproximar. Valendo-se, porém, de interesses comuns, ele apressou-se a conquistar a confiança da protagonista, arrancando-lhe o número do telefone.
O episódio de hoje tem como cenário inicial o escritório onde Daisy trabalha. Ela e Vicky, aproveitando uma brecha na atarefada rotina, reúnem-se para para conversar sobre os últimos acontecimentos.
- Vicky, não sei o que fazer!
- O que houve, Daisy? parece tão abatida!
- Vc não está enganada, Vicky, mal consegui pregar o olho esta noite.
- Mas o que houve?
- Você se lembra da história que contei sobre meu colega do javanês?
- Er, acho que sim. O nome dele não era Dick?
- Dick não, Vicky, ele se chama Cock.
- Certo, Daisy, diga-me o que aconteceu!
- Pois bem. Ele parecia um bom rapaz. Sempre foi educado e, na verdade, tinha um bom papo. Estava em casa, revisando a lição de javanês, quando ele ligou. Disse-me que tinha convites para um concerto. Bem, eu achei que não havia nada de errado... e acabei aceitando.
- Já sei! o concerto estava uma droga?
- ... na verdade não foi isso.
- Hmmm, então voi o solista! vc achou que era um gato, não é?!
- [Ei, como é que vc sabe disso?] Mas, infelizmente, não foi esse o problema.
- Vamos, Daisy, conte logo!
- Estou tentando, Vicky.
- Glup!
- Tudo aconteceu quando ele me deixou em casa. Ele ficou estranho, Vicky! Começou a a revelar um lado que eu desconhecia. Disse-me coisas que me deixam encabulada mesmo agora!
- Não estou entendendo vc, Daisy. E isso não seria bom? uma certa impetuosidade...
- Vc é que não está entendendo! Apesar de falar essas coisas todas, ele simplesmente ignorou a minha presença, amiga! Cock não tirava os olhos do retrovisor. A gota d'água foi quando ele tirou do bolso da camisa um pente, e começo a ajeitar os fios da sobrancelha.
- Sobrancelha, Vicky! Você sabe o que é isso?
- É, Daisy... vamos tomar mais um café. Hoje vc dorme mais cedo. Mas tire o telefone de gancho, sim?!
To be continued

Da série: Meus ídalos (por Deni)

Barbooooooooosa!!!

Interpretado por Ney Latorraca, Barbosa marcou a minha infância e pré-adolescência. Eu vivia imitando o cara para a minha irmã, amigos e primos.

Barbosa era um mero coadjuvante na novela Fogo no Rabo , da TV Pirata. Para quem não se lembra ele era o pai de Natália, amante suburbana de Reginaldo, empresário cruel e inescupuloso, que tinha como capanga o deformado e engraçadíssimo Agronopoulos. Barbosa teve um fim trágico. Foi assassinado. O mistério de quem matou Barbosa foi equiparado ao mistério de quem matou Odete Roitmann.
Barbosa ficou tão famoso que ganhou seu próprio talk -show, o Barbosa Nove e Meia.
Que saudade!!!
Barboooooooosa, hummm!!!!

Meu candidato!


Não tem para o Lula nem para o Alckimin nessas eleições. Meu candidato é o Sr. Joselito Hermeserrenato Emetevê! Ele vai transformar esse país! Nomeará Deni para o Ministério das Relações Exteriores, Vicky para o Ministério da Fazenda, Corte e Costura, Amendokren para o Ministério do Meio Ambiente e Proteção Animal, e Hugh para o Ministério da Injustiça e Maldades em Geral! Seu primeiro ato presidencial será criar um feriado nacional: o Dia do Sem Noção, quando todos os malaqüeras, folgadões e deitados do país serão homenageados, e poderão se arriar na cara de todo mundo sem qualquer represália!

Drops Caras


26 de outubro - Amendokrem Castro Alves completa hoje mais um ano de vida. O almoço comemorativo, apenas para os familiares mais próximos, terá lugar em restaurante tradicional, localizado num dos bairros mais charmosos da capital. No sábado à noite, a sorridente aniversariante, o jovem esposo e a mascote do casal receberão os amigos em seu espaçoso loft, especialmente decorado para a ocasião. Entre as presenças confirmadas, estão Hugh, o analista político, e Deni, designer gráfica, ambos profissionais requisitados da imprensa local. As sobremesas, assinadas pela confeiteira Telê Enth Rega, prometem causar alvoroço entre os convidados.
Da Redação

Wednesday, October 25, 2006

As Lingüiças - Parte III


A jovem, sentada diante do espelho, deixava que a mulher mais velha penteasse seus cabelos, mas não ouvia um só de seus conselhos. Ansiosa por um minuto de solidão, ela concordava com as afirmações mais inflamadas exibindo um vago sorriso. Dias antes, o mesmo sorriso, que aos olhos dos homens guardava algo de misterioso, havia cativado o rapaz que logo estaria batendo à porta. Depois que a outra deixou o recinto, a jovem pôde, sem esconder a satisfação, livrar-se do tecido que cobria seu corpo. Queria, sem testemunhas, examinar a si mesma. Não se deteve nos próprios defeitos nem enamorou-se de suas formosuras. Sem paixão, ela tentava imaginar com que olhar o jovem seria capaz de percebê-la. Num movimento rápido, trouxe a lâmpada para perto de si. Algo havia chamado sua atenção. Examinando com cuidado, percebeu que do seu umbigo, pouco mais curto que um dedo, emergia um fino cordão. Isso fez com que involuntariamente estremecesse: de algum modo pareceu-lhe ser um mau presságio. Sem titubear, abriu uma das gavetas. Entre as várias que ali encontrou, escolheu a fita mais bonita e, num movimento habilidoso, envolveu a cintura com um laço. Na manhã seguinte, perdida no meio dos seus lençóis, tendo nos olhos mais lágrimas do que poderia disfarçar, tentou em vão esquecer. Em sua mente, insistiam em ter lugar as lembranças da noite anterior. Ignorando seus pedidos, o jovem afoito desnudara sua cintura. Assim que percebeu o fio branco, sem esconder a expressão de repulsa, afastou-a violentamente de si. Ainda deitada, acompanhou os derraderios momentos, quando ele recolheu as poucas coisas que trouxera e partiu sem voltar os olhos para trás.

Ufanismo e precipitação no caso do acidente da Gol

Se há uma coisa que não suporto (e não é a toa que trabalho onde trabalho, e quero seguir uma determinada carreira) é injustiça. Detesto condenações motivadas por um clima emocional.
Pois bem, porque diabos tô falando isso? Se lembram, senhoras e senhores, do caso do avião da Gol, que era a primeira página de todos os jornais e sites de notícias há algumas semanas atrás? Porque agora eu simplesmente demoro a encontrar alguma notícia sobre o assunto em jornais noticiosos como o Terra?
Acho que aqui, aqui e aqui está a resposta!
Vejam, tão logo se soube do acidente instaurou-se um clima de animosidade contra os pilotos americanos, dizendo que eles, pilotando um jatinho particular de milionários, também americanos, tinham sido culpados por matar os pobres brasileiros. Isso sem que nenhuma prova ainda tivesse sido colhida! Inclusive em alguns fóruns jurídicos vi gente querendo condenar os pilotos pelo homicídio doloso de todos os brasileiros. Tudo motivado por um ufanismo tacanho.
Agora, que as investigações apontam para a incompetência tupiniquim, quase ninguém fala mais sobre isso, já que 'não dá ibope'. E não me venham dizer que, com relação ao problema de compreensão do idioma inglês, os brasileiros que operam com aviação não tem obrigação de falar essa língua corretamente. Ora, isso é um ufanismo ingênuo e distante da realidade. Afinal, se um avião chinês estiver sobrevoando o território nacional, com problemas de vôo, que língua ele tentará falar com os brasileiros da FAB? Mandarim? Ou terão que ser obrigados a fazer um curso a jato (trocadilho infame) de português?.
Detesto precipitações, e é em parte por isso que rejeito qualquer forma de patriotismo. Em geral é um modo das pessoas cegarem a si próprias e abdicarem de qualquer senso de crítica.

Tuesday, October 24, 2006

Sexy in the city - Barcelona Edition (episode I)

Daisy e Sony na Plaza Reial em Barcelona

Depois do traumático rompimento com Mark, Daisy resolve ir com suas amigas para o Velho Mundo. O destino: Barcelona.
Sedenta por uma vida de aventuras, glamour, arte, romance e compras, muitas compras Daisy logo se adapta a movida barceloneta e torna-se figura freqüente nos clubs badalados da Plaza Reial, reduto de viajantes e pessoas descoladas. Muito romântica, Daisy foi presa fácil para Sony, um fotógrafo australiano renomado, que estava de passagem pela Cataluña. Foi uma paixão arrebatadora, mas de um fim abrupto. De personalidade livre e excêntrica, logo Sony começou a se mostrar frio e distante, partindo o coração da frágil Daisy. Com o apoio de Vicky e Kitty, Daisy recuperou-se de mais um golpe do destino após incontáveis visitas à Zara, Mango, Sfera, Él Corte Inglés e algumas chocolaterias locais. Então, em uma noite fria, num pequeno bistrô cerca de Las Ramblas, ela conheceu Jean Piérre, um chef de cuisine sedutor que lhe introduziu aos prazeres da culinária francesa.

Monday, October 23, 2006

O Homem-Cuco da Minha Rua


Há exatos dez meses uma cena se repete. Todas as segundas e sextas-feiras na volta da academia sou abordada por um homem que me pede as horas. Da primeira vez que isso aconteceu respondi amavelmente: são 9h45mim. E ele repetiu como se tentasse processar a informação. Desde então tenho topado com ele e é sempre a mesma lenga-lenga. De início não me incomodava, mas passados uns dois meses ininterruptos, comecei a me rebelar - gente, é muito chato fornecer a hora pra quem se sabe não estar com pressa, nem ter nada pra fazer. Um dia, depois de ter sido indagada por ele, o vi repetindo o mesmo com uma senhora, e eu como nem gosto de botá conversa fora apressei o passo pra ver o que ela ia me dizer, não deu outra. Me olhou com cara de riso e disse: ai esse cara sempre faz isso, às vezes lhe digo que não tenho relógio, coitado, é bem zureta! Então comecei a tomar umas medidas preventivas para refutar o homem-cuco. Virava a cara, escondia o relógio debaixo da manga - não adiantava, o homem-cuco tem visão de raio 'x' e estava determinado a arrancar-me a hora a todo custo. Depois de muito resistir, cheguei a duas conclusões a respeito. A primeira: o homem-cuco é muito útil, ele me ajuda a controlar o tempo que eu tenho disponível, porque dependendo em que altura da rua nos encontramos eu sei se estou atrasada ou não, se mais no início tenho que me apressar, se mais no final, tá tudo tranqüilex. A segunda: a obsessão daquele transeunte é também seu prazer, que direito eu tenho de privá-lo disso? Agora somos interdependentes, ele precisa que eu lhe forneça o que o relógio diz e eu preciso encontrá-lo para me orientar nas manhãs de malhação. Se o homem-cuco desaparecesse não sei o que seria de mim!

Os seres humanos não são 'maus'

Se nada mais me interessasse nas tradições orientais, principalmente no budismo, ainda me encantaria o respeito que elas têm por todos os seres. Não só pelos seres humanos, acrescente-se (e mesmo isso hoje em dia também é difícil no Ocidente), mas por cada forma de vida existente. Todos os seres, de um homem a uma formiga, são manifestações de vida preciosas e únicas em si mesma. Todos os seres têm o direito incontestável e sagrado de não serem perturbados por ninguém no seu belo trajeto pela existência.

Por isso me aborrece e me cansa a presunção ocidental, de acreditar que o ser humano é 'especial', como se os outros animais fossem inferiores. A única coisa que realmente me parece digna de consideração nos seres humanos não é a racionalidade (até porque seguindo uma linha de elocubração estritamente racional, somos capazes de conclusões absurdas, e até monstruosas) mas a empatia.
Empatia é a capacidade de se colocar no lugar dos outros e determinar-se conforme as impressões daí advindas. Mais respeito e admiração eu tenho por um ser quanto mais empatia ele possui pelos outros: admiro e respeito quem se coloca no lugar dos outros seres humanos, mas admiro ainda mais quem consegue se colocar no lugar de todos os seres, inclusive animais. A empatia (e talvez o termo tibetano 'maha-karuna', que se traduz comumente por 'grande compaixão', seria melhor compreendido se traduzido por 'grande empatia') não é apenas um sentimento 'bonito', mas uma conseqüência de uma lucidez vital: quanto mais desenvolvidos e maduros somos, mais temos capacidade de desenvolver empatia, pois esse sentimento exige um elevado grau de abstração, de imaginação ativa, para ponderar como é 'estar nos sapatos de outra pessoa'.

Essa baboseira é por que hoje à tarde fui 'vítima' (que palavra apropriada!) de um acesso de fúria contra o filho de minha personal trainner, pois ele adotou um cachorrinho e, uma semana depois, após o bichinho criar um laço de afeição por ele, decidiu livrar-se do pequeno animal como se fosse um objeto incômodo. Quando pequeno, não li todo o "Pequeno Príncipe", mas realmente sempre me impressionou a lição de que 'somos totalmente responsáveis por aquilo que cativamos'.

Mas, após alguns minuto, percebi o quão boba e inútil era minha raiva. Na verdade, a raiva era porque no fundo eu imaginava que aquele rapaz era 'mau' - ou seja conscientemente indiferente. Tolice. Ele era, de certa forma, 'cego'. Ou melhor, ainda não tinha amadurecido o suficiente, ainda estava perdido demais em seus medos, desejos e auto-ilusões, para ser capaz de aprender a abstrair-se de seu individualismo e, na conquista de uma maior lucidez, estender sua imaginação e seus sentimentos sobre a vida de outros seres.

Então, voltando a uma questão posta por uma amiga há alguns dias, o seres humanos não são 'maus'. Isso, de novo, é bobagem ocidental: os 'chatos' orientais (porque será que "perdem tempo" falando da vida de uma formiga?), ao invés de falarem de 'bem' e 'mau' preferem falar em diversos graus de 'incompreensão'. Os seres humanos, em diversos graus, estão perdidos. E quanto mais perdidos estamos, mais capacidade temos de machucar aos outros, inclusive sem perceber a extensão da dor que infligimos.

Me lembro de como, com 15 anos, torturei uma pequena lagartixa com um estilete, provocando nela uma hemorragia. Fiz isso, mesmo sabendo no fundo de mim que não era o estilo de coisa de que gostava, a fim de provar para outros dois garotos que eu era 'durão', e podia participar de sua turma. No fundo, feri um outro ser devido a meu medo de ser rejeitado, por minha insegurança e pelo desejo voraz de ser aceito pelas pessoas, de encontrar meu lugar, meu lar. Quanto mais perdidos, tanto mais imaturos e indiferente somos.

Assim, na verdade, ao pensar no filho da minha 'personal', comecei a sentir um pouco de respeitosa comiseração por ele, pois talvez um dia ele atinja um grau de percepção e maturidade capaz de lhe propiciar o quadro total de quantos seres irresponsavelmente ele machucou no decorrer de sua vida - e, dentre todos, talvez ele notará que sua maior vítima foi ele mesmo - sim, porque a capacidade de ferir os outros advém do quanto estamos enredados por medos e desejos desesperados que, em última instância, nos machucam também e fazem de nossa vida uma confusão.

Isso pode soar como um pouco presunçoso e arrogante: eu, o 'lúcido' bonzinho; ele, o 'perdido' imaturo. Mas pensar assim seria esquecer que certamente sou muito imaturo em inúmeros outros aspectos da vida nos quais ele é mais lúcido e 'adulto' que eu (e nesse momento fico assombrado só de pensar o quão estou perdido em muitas coisas em que todo mundo ao meu redor já 'se achou', e nem sou capaz de perceber!). Fazer, mesmo inconscientemente, da falta de empatia dos outros uma forma de se auto-vangloriar pela sua caridade e bondade é uma inversão canhestra e fanática da humildade, advinda do conveniente esquecimento de que, em outras facetas de nossas vidas, estamos miseravelmente mais 'cegos' que os outros (inclusive, nossa caridade e bondade pode ser até uma forma de escapar desses outros aspectos, se nos iludir).

No final de tudo isso, eu já não sabia quem mais era digno de minha preocupação: se o cachorrinho prestes a ser abandonado, se o filho de minha 'personal trainner' (perdido em seus sonhos e medos), ou se eu mesmo! Por outro lado senti em meu coração uma satisfação tão grande em ser capaz de lidar com minha raiva, preocupar-me com os demais, e ao mesmo tempo perceber minha pequenez e o quanto ainda tenho que crescer, que não pude deixar de imaginar se essa satisfação não é o gosto de uma genuína felicidade.

Uma câmera na mão, uma idéia na cabeça e umas bizarrices na tela!!

Alguém viu as estréias do Telecine Cult nesse final de semana?
Sem sombra de dúvida foram os filmes mais bizarros que eu já vi nos últimos tempos.
Sábado - 21/10/2006 - 22h
Wild Side (2004), de Sébastien Lifshitz
O filme começa com um nu - inclusive, ou principalmente, frontal - de um travesti (transsexual, para ser mais exata). Bastante ilustrativo, to say the least!! Depois a história evolui e mais personagens estranhos vão surgindo. Há um triângulo amoroso esquisitíssimo. Não, você não está tendo alucinações, muitos dos travestis do filme falam português! O filme é francês (sem preconceito, mas isso já diz alguma coisa sobre ele!). Interessante, mas não é imperdível.
Domingo - 22/10/2006 - 22h
Oldboy(2003), de Park Chan-uk
Não, não é um daqueles filmes orientais intermináveis sobre a vida da formiga. Tampouco se enquadra no gênero pancadaria. É muito mais inteligente e bizarro do que isto. De modo bem compacto (para não estragar a surpresa), o filme trata de um homem que ficou aprisionado num quarto por 15 anos sem saber o porquê. Livre o cara parte em busca de vingança e descobre que o buraco é bem mais embaixo.
É o primeiro filme coreano que assisto, e não se saiu nada mal! Vale conferir!
E aí, vai encarar??

The Golden Shower ritual


Golden shower on the way!
Mesmo a apenas uma hora e vinte minutos de uma reunião que promete espirrar em todo mundo eu não consigo controlar meus ímpetos e sigo colocando o meu pescoço em risco escrevendo mais um post. Que fazer? Reprimir a minha arte? Hehehe.
Eu até já vejo a cena: Um monte de marmanjos com cara de criança que fez coisa errada, ficando vermelhos a cada menção a e-mails, horas na internet, novell, psi e outras atividades pouco relacionadas com o trabalho. Os figurantes balançam a cabeça, ensaiam olhares do tipo "que absurdo", "nunca mais farei isso" e após alguns minutos, voltamos gotejantes para os nossos lugares. O mais patético de tudo é que passado o pânico inicial (ninguém foi apontado nominalmente, ufa!!) tudo lentamente volta ao 'normal'. O efeito golden shower tem curtíssima duração, cerca de uma semana - em casos extremos!
De qualquer sorte o ritual se repete ano a ano, pelo menos uma vez e geralmente nessa época. É um momento nostálgico e lúdico em que todos voltamos a ser crianças. Crianças malcriadas e sapecas, mas qual é a graça de ser criança se a gente não pode fazer travessuras??

As Lingüiças - Parte II


Ela sempre teve uma estranha predileção pelos próprios pés. Não que fossem belos. Ao contrário, eles eram mais magros e tinham veias mais aparentes do que seria desejável. Nenhuma imperfeição, porém, diminuía o prazer com que ela os livrava das meias e os trazia para junto do corpo, assim que se sentava numa cadeira confortável. Conhecia tão bem cada saliência e reentrância, que nenhuma alteração epidérmica passava-lhe despercebida. Assim, logo notou quando um pequeno edema formou-se na sola de seu pé. Curiosa, ela acompanhou o processo sem em nada interferir. Em dois dias, o edema perdeu a cor rosada e tornou-se uma aspereza plana. Foi só ao final do terceiro dia, enquanto massageava os pés com um ungüento perfumado, que descobriu o que se estivera preparando para ganhar a luz. A semente havia germinado: um alvíssimo broto de cordão erguia-se bem no centro de seu pé esquerdo. Ela decidiu não levar ao conhecimento de nenhum médico o que havia acontecido. Ao ineditismo do fato, a clamar por explicação, ela sobrepôs a alegria de ser a portadora de um segredo que a distinguia das outras jovens que conhecia. À medida que ele se tornava mais longo, aprendeu a lidar com o cordão. Para acomodá-lo com conforto, deixou de lado os vistosos tamancos de madeira que costumava usar, trocando-os por sapatilhas feitas de tecido macio e colorido. Quando o cordão tornou-se tão longo, que passou a ser impossível escondê-lo dentro do calçado, ela descobriu que podia cortá-lo, e o processo revelou-se menos doloroso do que o de aparar as unhas. Os anos passaram sem que ela jamais se traísse: a ninguém deu a conhecer o fio que espiralava do seu pé esquerdo, cuidadosamente preservando-o de qualquer exposição.