Monday, November 27, 2006

Minha vida como Carrie Bradshaw do Terceiro Mundo...

Recentemente eu terminei de ler o livro "Sex and the city", que deu origem à série homônima, na HBO (apresentada no Canal GNT, da NET). Sinceramente, esperava mais do livro, mas me diverti lendo. A personagem Charlotte não existe no livro, Miranda tem outra profissão e é pouco mencionada. Os destaques são Carrie, Mr. Big e Samantha.
E o final, bem, o final eu não vou contar...mas pouco tem a ver com aquele último capítulo que foi ao ar, filmado em Paris (que eu vi umas 15x e chorei em todas elas!).
O engraçado é que quando eu assistia "Sex and the city" religiosamente, às segundas-feiras às 21h eu fazia isso com o meu ex-namorado e sentia um misto de frustração por não ter vivido a busca e a diversidade e de alívio, por ter alguém do meu lado. É aquela velha máxima sobre o casamento "quem tá fora quer entrar, quem tá dentro quer sair".
Pois bem, hoje estou sozinha e ainda assisto ao programa, mas não sempre, não porque eu tenha algum motivo especial para tanto. Acho ler mais interessante, nos últimos tempos. Falando em leituras, alguém já viu a capa da Veja desta semana? Então dá uma olhada!!

Eu me prestei a comprar a revista para saber das minhas chances. Ah, você também tá curiosa, é? Então escute só:

25 anos - 39,3%

30 anos - 27,6%

35 anos - 19,2%

40 anos - 13,7%

45 anos - 10,1%

50 anos - Querida, você ainda não desistiu???!!! Hello!!

As estatísticas, devo esclarecer, se referem a casamento de papel passado. Juntamentos não contam nas estatísticas!! Porém, em que pese essa ressalva, também saliento que, quanto maior a renda e o nível de escolaridade, menores as chances de sair do banco (de reserva, de areia, seja lá qual for a figura de linguagem que você utiliza!).

Eu sinceramente não tô preocupada com as estatísticas, tô preocupada com o nosso despreparo, enquanto sociedade para viver essa nova realidade. Já perdi a conta de quantas vezes conversamos sobre isso e as conclusões são sempre as mesmas. O casamento mudou, as mulheres mudaram, o mundo mudou, mas...os modelos e as cobranças que vêm com eles continuam os mesmos. Ainda crescemos escutando e lendo contos de fadas, vendo filmes da Meg Ryan, lendo livros da Danielle Steel, assistindo novela...francamente!

Felizmente hoje há filmes como "Encontros e Desencontros", " As horas" e o último filme do Zach Braff (o cara do Scrubs), que sequer estreou, mas que promete seguir a linha do maravilhoso "Hora de Voltar"e algumas séries de TV e livros em que nos deparamos com aquela parte que se segue à última cena do filme da Meg Ryan ou ao último capítulo da novela ou do romance da Danielle Steel.

Eu sei, com certeza tem alguém lendo isso e pensando que eu tô querendo me justificar, que eu tô querendo vir com aquele papo aranha de que eu sou solteira por opção e estou sssssssuper feliz assim, mas que no fundo sou uma baita recalcada que daria tudo para estar com alguém agora. Acertei? Sim e não.

Sim, estou solteira por opção. Poderia estar num relacionamento insatisfatório até hoje, mas achei que merecia mais e que a pessoa que estava comigo, merecia mais. Não, não estou feliz sozinha. Tem horas que a gente quer qualidade e não quantidade, mas não é fácil achar alguém. Não é fácil achar alguém que "caiba no seu sonho", como diria Cazuza, quando você não sabe mais o seu papel e nem os seus "pretendentes" sabem.

Tá todo mundo perdido justamente quando a gente chegou no melhor momento do casamento, quando as pessoas estão procurando se unir não por conveniência, por questões familiares, econômicas, o cacete, mas simplesmente porque querem fazer uma caminhada juntos.

Os velhos modelos só fazem atrapalhar. Exige-se demais do outro e exigimos mais ainda de nós mesmas. O mundo virou uma fábrica de infelizes, de insatisfeitos...!

(to be continued)

29 comments:

Victor said...

Ninguém no mundo acho que falou melhor e mais seriamente sobre relacionamentos que Krishnamurti. Então aí vai um comentário que quase dá um post:
Segundo Krishnamurti, o problema do dilema entre ficar sozinho ou acompanhado é, no fundo, meio falso - sempre estamos isolados, e temos que aprender a derrubar esse isolamento:
"Se examinamos a nossa, vida, as nossas relações com os outros, veremos que são um processo de isolamento. Na realidade não nos importamos com os outros. Embora falemos muito a tal, respeito, o fato é que não nos importamos. Vivemos em relação com alguém só enquanto essa relação nos satisfaz, enquanto nos proporciona um refúgio, enquanto nos apraz. Mas, no momento em que ocorre em nossas relações uma perturbação que gera desconforto em nós, abandonamos essas relações. Por outras palavras, só existem relações, enquanto nos dão prazer. Pode parecer severo isso, mas se realmente examinardes, com muita atenção a vossa vida, vereis que é um fato; e evitar um fato é viver na ignorância, e isso nunca produzirá relações adequadas. Assim, se examinamos as nossas vidas e observamos as nossas relações, vemos que elas constituem um processo em que levantamos resistência uns contra os outros, em que erguemos uma muralha, por cima da qual olhamos e observamos os outros; mas conservamos sempre a muralha e permanecemos atrás dela. Enquanto vivemos no isolamento, não há relações com outra pessoa; e vivemos fechados, porquanto isso nos dá muito mais satisfação, porque pensamos que é muito mais seguro."

Deni Meyer said...

Ai, meus dedinhos!!! Putz, essa exige reflexão...vou processar a informação e depois comento.

Vivi said...

Uma coisa me parece certa. O casamento verdadeiro está bem distante do ideal que a cultura nos vende. Às vezes, sofremos um bocado até descobrir que jamais concretizaremos aquele conto-de-fadas que idealizamos na infância. Mas sinto que a realidade, ainda que menos florida, é muito mais rica. A satisfação de perceber que conseguimos crescer ao lado da pessoa que amamos - porque a vida a dois, em última instância, é um suceder de desafios - supera muito o brilho falso da propaganda de margarina.

Deni Meyer said...

Ok, vamos lá....
O Krishnamurti é o cara! Ele sabe das coisas...mas o problema persiste, de qualquer modo. Talvez eu não tenha sido nada clara no post, pois tinha MUITAS coisas na cabeça naquele momento, e tem horas que elas saem de modo desordenado...na real eu que eu fico me perguntado é:
a) será que a gente não coloca muita expectativa nos relacionamentos e nas pessoas?
b) será que dá para ser genuinamente feliz fora de um relacionamento? como fazer isso?
c) como se relacionar sem esperar tanto do outro?
d)como sair do dito "isolamento"?
e)quem matou Sony?
f)onde está o ursinho de pelúcia?
g)qual é a música?
h)quem matou Odete Roitmann?
Enfim, são muitos questionamentos....

Nessita! said...

Bahhhh.... queria ter visto a matéria da Veja, mas não me dignei a comprar a revista hehehehe

acho que essa preocupação de casar pesa muito – principalmente para nós mulheres. Te olham, vêem uma moça jovem, bonita, que trabalha, culta e perguntam sobre casamento, namorado ou marido, filhos... Há algum tempo, já estaríamos encalhadas, sem dúvida. Mas o bom de agora é que escolhemos por amor, por afinidade, não por conveniência. Só que há ainda o lado ruim: está muito mais fácil desfazer as relações. Aí entra o que o Hugh citou: enquanto nos dá prazer, beleza. Acho que para um casamento (ou qualquer relação) dar certo, exige amor, paciência, crescimento e compreensão. Se pensarmos somente em estar juntos quando está bom, acabamos sendo hiper egoístas. Como se, nos problemas de verdade, descartássemos a pessoa. E acho que é o egoísmo que explica essa "rotatividade" atual.

Deni Meyer said...

Certo, mocinha, você captou o espírito da coisa...mas eu estou em crise, meu povo!! Esses homens estão me enlouquecendo e eu à eles!!Ninguém consegue ter um comportamento coerente(e eu me incluo nessa crítica)!!!
Pronto! Dei piti!!! Heheheheh

Nessita! said...

Adoro quando os posts rendem vários comentários, todo mundo querendo dar pitaco heheheeh

Miga, pode dar piti! Coerência anda muito em baixa ultimamente (principalmente na ala masculina).

bjs

Vivi said...

Acho que a expectativa exagerada que grande parte das pessoas têm em relação ao casamento tem muito a ver com aquilo que o Krishnamurti falou. Na verdade, espera-se que a outra pessoa sirva como um remédio praquele vazio que todos, sem exceções, trazemos dentro de nós. É certo que essa ferida atávica possibilita que os relacionamentos se concretizem, na medida em quem nos dá a capacidade capaz de compreender e acalentar [o curador é sempre ele mesmo um ferido]. Porém, ela também pode acabar destruindo a possibilidade de contato, quando nos deixamos dominar pela falsa ilusão de que algo ou alguém pode suprir esse tanto que nos falta.

Vivi said...

Deni, piti é catarse! super-saudável de vez em quando! ;-D

Deni Meyer said...

Mas ah! Por isso que eu amo vocês ameeegas e ameeego!! Hehehehe
Saudades do meu Mr. Big...snif!
Continuem comentando que eu AMO comentários!!!

Nessita! said...

Vcs já leram o que o Osho fala sobre relacionamentos, solidão e solitude? Vale a pena.

bjs

Vivi said...

Vamos lá, leitores queridos! esperamos o comentário de vcs! o que vc pensa sobre o casamento? Casados, viúvos, solteiros e desquitados: a opinião de todos é bem-vinda!

Victor said...

Sem querer se o monstro da bola de cristal, mas se o pitaco é livre, vamos responder aos quesitos:
Ok, vamos lá....
O Krishnamurti é o cara! Ele sabe das coisas...mas o problema persiste, de qualquer modo. Talvez eu não tenha sido nada clara no post, pois tinha MUITAS coisas na cabeça naquele momento, e tem horas que elas saem de modo desordenado...na real eu que eu fico me perguntado é:
a) será que a gente não coloca muita expectativa nos relacionamentos e nas pessoas?Sim, muitas. E essa é a merda. Enquanto ficarmos procurando uma pessoa que 'caiba nos nossos sonhos' estaremos destinados a dar com os burros n'água. Devemos estar abertos para as pessoas, de mente livre de qualquer expectativa, capaz de aceitá-las tais como são.
b) será que dá para ser genuinamente feliz fora de um relacionamento? como fazer isso?Acho que não se pode ir para um relacionamento com a busca de querer tornar-se feliz, como se ele fosse uma solução para nossa vida infeliz. A felicidade deve se conquistada inclusive quando estamos sozinhos, e até mesmo nesse momento ela é mais importante: quanto mais felizes e inteiros estivermos quando sozinhos, mais chances haverá de que não tenhamos expectativas quanto aos outros quando começarmos um relacionamento, e isso é alviçareiro (vide resposta quesito 'a'). Agora, se me pergunta como, ora, eu não sei como ser feliz, não sei o segredo ou a receita, seja sozinho ou acompanhado.
c) como se relacionar sem esperar tanto do outro?Essa é a parte mais difícil. É preciso estar-se inteiro para ter alguém do lado, temendo transformar o outro em bengala. Para ser inteiro, e portanto não esperar tanto do outro, é preciso auto-conhecimento. Autoconhecimento vem com muita dor, joelho ralado, cara quebrada, olho inchado e algumas lágrimas, e uma persistência que chega até a ser cega e burra, mas que vai em frente. Enquanto uma pessoa não se amar e não se sentir inteira consigo, fica impossível relacionar-se com os outros.
d)como sair do dito "isolamento"?Por meio do autoconhecimento (vide quesito 'c'), o problema é que não estamos só isolados dos outros, mas nos isolamos de nós mesmos: não damos ouvidos de verdade a quem somos e ao que queremos. Não nos conhecemos e nos aceitamos, então como fazer isso com os outros?
e)quem matou Sony?Não me provoque!
f)onde está o ursinho de pelúcia?Grrrrr....
g)qual é a música?"Não se vá", da Jane e Erondi
h)quem matou Odete Roitmann?Foi a Helena, aquela casada com o magnata que fugiu do Brasil dando uma banana no último capítulo da novela, não foi isso?
Enfim, são muitos questionamentos.... Mas o tio Hugh responde todos, mediante módica quantia (falar é fácil...)

Nessita! said...

Quem matou a Odete Roitman foi a Leila (Cássia Kiss), mulher do Marco Aurélio (Reginaldo Faria).

TRI NOVELEIRA!

hahahahaha

Deni Meyer said...

Huahuahuahuhauhauhauhaua!!! Rir é o remédio!!! Ok, Hugh. Concordo com você em gênero, número e grau, o problema é que esse processo de autoconhecimento demanda uma encarnação e paciência não figura entre as minhas incontáveis virtudes!! Mas vamos lá, eu estou tentando...e acho que estou no caminho certo...

Victor said...

Helena ou leila, os fonemas são parecidos! Eu errei por pouco! Grrrrrr.....

Deni Meyer said...

Bah, Nessa tu te puxou agora!!! Hehehehehe

Anonymous said...

Ninguém trabalha aqui, né? Ô bando de desocupado!!! Hahahahhaha

Vivi said...

Ei, Malvadinho e Nessita!, Vcs estão enganados! a Odete Roittman não morreu!

Deni Meyer said...

Peraí? Como assim não morreu? Será que eu perdi esse capítulo???

Victor said...

Como não, tá doida?

Vivi said...

Odete Roittman era uma extraterrestre,não estão sabendo?!

Nessita! said...

vejam o que é a evolução: um post começa com Sex and The City, passa para casamentos e termina em Odete Roitman de outro planeta. Viva Darwin!!!!

hahahahaha

Anonymous said...

Fala sério! Explica aí essa história...vai dizer que ela foi vista com o Elvis?!

Victor said...

Não, o Elvis tá lá em casa, dando de mamar para a Piratinha.

Deni Meyer said...

Eu falei, eu falei! Tá faltando coerência...olha só no que virou isso aqui!!! Façam o favor se mover para outro post, ok? Vamos organizar esses comentários...tem até gente dizendo que a gente não trabalha aqui!!!

Vivi said...

Odete Roittman não foi criada pelo Gilberto Braga: ela de fato existiu e, por ambição política, autorizou o dramaturgo a usar seu nome e características pessoais na novela. A mulher real, que liderava um pequeno partido de extrema direita, rompeu relações com o novelista por causa dos rumos ideológicos dados à personagem. Por isso, ela acabou assassinada na novela. Na vida real, ela desapareceu pouco tempo depois. Curiosamente, ela foi vista há poucos dias, perto de Varginha, Minas Gerais.

amendokrem said...

Posso falar? Meio atrasada, como sempre, mas a tempo. Há uma coisa que eu ouvi em terapia estes dias e que me tirou um peso das costas, já comentei isso com meus amigos de blog, mas cabe repetir. O problema é que o grande engano é desejar que o relacionamento traga felicidade, na real isso é muita carga para o relacionamento. Por quê? Porque a parceria já tem o dever de trazer aprendizado, nisso incluindo várias questões. Então pessoas, esqueçam! Tem um momento em que não há como fugir, vamos sempre bater cabeça pra chegar a algum lugar...experiência própria.

Dona Spirulina said...

Nossa, qtos comentários!! Eu só ia dizer que ainda tenho grandes chances de casar, apesar de ser solteira! heheheheh