Saturday, October 28, 2006

"There´s beauty in the patterns of life"



Acordei meditabunda, ou melhor ando meditabunda, ou talvez mesmo este seja o meu estado natural nos últimos tempos. Mesmo falando uma pá de bobagens por dia eu me sinto num estado permanente de contemplação. Uma necessidade estranha de ouvir os sons da natureza, o silêncio, sentir o vento, o calor do sol, olhar o céu estrelado ou mesmo nublado à noite. Uma vontade de me sentir parte de algo, de um relacionamento, de uma mudança, de uma coisa boa, de um amor, de um projeto ou simplesmente do mundo. E de alguma forma acho que esse meu desejo de comunhão com os outros está sendo atendido. Estranho que eu me sinta tão só às vezes neste processo, mas eu acho que isso faz parte, talvez esteja faltando fazer a última e derradeira comunhão comigo, me religar à mim mesma.
O mais emocionante de tudo isso é a percepção de que cada pessoa que aparece ou re-aparece na minha vida está no meio de uma busca também e nesse processo aprendemos mais alguma coisa, e damos um passo à frente. Lingüiçinhas? Talvez. É preciso não desprender os elos, esticar a corda, mas não se desprender, os vínculos não são correntes, são a malha que nos apara quando estamos em queda, que nos conforta, descansa, acaricia e faz recobrar o fôlego para seguir na busca.
Ontem à noite conversando com a Karen e olhando para o pessoal na mesa do bar; lembrando do presente que ela e o Luciano me deram no meu aniversário, não o CD (que é ótimo, diga-se de passagem) mas o carinho e aquela poesia do Vinícius (que eu nunca vou esquecer); olhando para o Severo (lembrando da poesia do Mário Quintana que ele recitou no último churrasco); lendo os textos da Vanessa (lindos, amiga!!!); pensando na minha irmã; na oportunidade que eu estou tendo de conviver com os meus pais; pensando naquela tarde com o Conrad no parque em Buenos Aires; no Pedro (meu irmãozinho de coração!); no olhar de ternura do Sam; naqueles almoços em família e na dança dos pais dele com a Martha, o Des e as crianças; pensando naquela noite há anos atrás em que eu e o Marcus choramos juntos assistindo um filme; nas minhas conversas intermináveis com o Robbie; pensando na minha tia Inês; no abraço na Vivi quando a gente fez as pazes; nas coisas que o Victor me disse no telefone naquela tarde (quando eu liguei chorando e pedindo colo); no olhar meigo dos meus cãezinhos; olhando as pinturas que a vizinha veio mostrar pra nós hoje de manhã...e pensando em tantos outros momentos da minha vida eu cheguei à conclusão de que a vida da gente é uma colcha de retalhos, pequenos fragmentos de poesias, de amor, de beleza e que fazem um desenho único que é cada um de nós. E que a gente não seria nada se não fossem esses fiozinhos que nos ligam a cada pessoa.
Obrigada pelo espaço, pela paciência e pelo laços que nos unem.
Um beijo no coração de cada um de vocês!
Deni (meditabunda e chorona)

8 comments:

Nessita! said...


Lindo tá esse teu texto: singelo, verdadeiro, escrito com o coração. Acho que todas as pessoas estão em busca de algo maior, talvez uma explicação, um sentido. Sempre digo que o que quero é fazer a diferença. Do que? Para quem? Não sei a resposta, mas o caminho vai me levando até elas... E se não chegar às respostas, não tem problema: o mais importante é a jornada até elas.

beijocas no coração

Nessa

P.S. De encher os olhos de lágrimas esse teu texto, amiga!!!

Deni Meyer said...

Obrigada!! Confesso que foram os teus textos que me levaram, em grande parte, a escrever hoje...então divido os créditos contigo e te digo que 'fazer a diferença' de repente pode ser algo muito mais simples do que a gente imagina e que a gente pode fazer a diferença todos os dias...para a mesma pessoa, para pessoas diferentes, querendo ou mesmo sem querer, sem saber por quê!

Vivi said...

Um post lindamente canceriano!

Vivi said...

Um post lindamente canceriano!

Deni Meyer said...

Achei que você num ia comentar o post ...já estava até ficando triste...snif...mas agora eu vi que o comentário até veio em duplicata!! Oba!!!

Vivi said...

Vc é muito querida, Deni! não canso de repetir o quanto estou orgulhosa de vc, tipo assim irmã mais véia mesmo!

Deni Meyer said...

Ah, é que eu sou carente...e tu és tão especial para mim, aliás, vocês duas. Vocês são as minhas lingüiçinhas do coração, as minhas maninhas queridas...amo vocês feito irmãs, mesmo....tá, agora vou parar com isso senão eu começo a chorar...sabe como são os cancerianos...

amendokrem said...

Que ótimo, a sensibilidade à flor da pele...achei este post muito maravilhoso!!! Que fase de nossas vidas...nossa, acho que o cosmos está conspirando favoravelmente...ou melhor, acho que é a inquietação, o desejo de mudança...Desfrute querida!